Hoje é, praticamente, o último dia da Campus Party. Amanhã será o momento de desmontar a barraca e esperar a próxima edição.
Neste ano, pude observar um pouco mais as pessoas que participaram do evento, divulgado como uma massa uniforme, composta por quem gosta/trabalha com tecnologias da informação.
O que se via, na verdade, eram diversas comunidades (robótica, software livre, blogs, etc.) e pessoas sozinhas, em meio a milhares delas.
Apesar do barulho ensurdecedor dos painéis acontecendo ao mesmo tempo, quase metade das pessoas estava em silêncio, teclando em seus computadores. Não conversavam entre si cara a cara, mas parte deles estava interligada pela tecnologia.
Um rapaz falava com alguém via skype em inglês, prometendo que ligaria mais tarde. Outro jogava um game em rede com colegas sentados ao lado. Uma garota estava lá apenas para fazer downloads de filmes e seriados – tinha comprado um HD de 500 Gb só para aquela ocasião que oferecia 10 Gb de velocidade de conexão.
Muita gente no msn, em seus blogs e, claro, no Twitter. Os telões dos palcos mostravam o que os internautas teclavam na ferramenta. As frases de até 140 caracteres eram reunidas por meio da tag “#cparty”, em “tempo real“. Ao final do dia da posse do Obama, havia mais tags sobre o Campus Party no Twitter do que a respeito do novo presidente. Os organizadores vibravam com a “rede” formada.
“Do lado de fora”, estavam os estandes de grandes empresas e circulavam pessoas sem ingresso. Grande parte delas sabiam pouco ou nada de Internet e informática. Quase 200 computadores estavam disponíveis para as oficinas de “inclusão digital”, mas para a supresa dos “oficineiros”, como eu, quase todos que apareciam por lá já tinham msn e orkut, como os campuseiros do lado de dentro. Eram “incluídos digitalmente”?
Nas oficinas do EducaRede, os participantes realizaram exercício de comunicação (chat), publicação (no fórum) e pesquisa (dentro e fora do portal). Ficou notório o pouco conhecimento de “onde clicar” para escrever e enviar mensagens, abrir as ferramentas e navegar de modo geral. Veja que não estou avaliando a capacidade de filtrar informações, desenvolver uma mensagem em fórum e organizar-se para dialogar em um chat.
O que diferencia os campuseiros das “pessoas de fora” quanto às habilidades ligadas à “inclusão digital”? Quais seriam os critérios?
Fica a necessidade de uma pesquisa maior sobre o tema”. Depois que eu realizar, trago pra compartilhar ;-b
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Mary e eu curtindo a Campus Party: para posteridade 🙂